25 de set. de 2009

É hora de um esportivo engravatado

Já faz muito tempo que a Chevrolet não arranca suspiros dos jovens. Sua linha de produtos está séria demais ou muito focada na economia. Ela está precisando de algo novo, não exatamente um novo carro, mas algo que roube atenção.

Em 1998 muita gente dormia e sonhava com um Vectra, falava aos amigos sobre ele e desejava muito possuir um. Tinha uma aparência esportiva, muitos equipamentos de luxo e mecânica moderna. Hoje quem o deseja é o taxista que busca economia em manutenção e bom espaço no banco traseiro e portamalas. Ele não precisa mostrar motor moderno ou esportividade, já que o novo Vectra não tem.

A GM entrou no século XXi perdendo muitas oportunidades de fortalecer sua imagem. Faltou coragem para lançar esportivos interessantes. Os fabricantes mais respeitados pelo consumidor atual são os que oferecem produtos interessantes, como a linha Adventure, da Fiat, o Crossfox, da VW, o Civic Si, da Honda, e a linha de utiliários da Toyota.

O Golf vende bem, apesar de ser antigo e ter motores fracos, porque é um carro que tem imagem esportiva e jovem. Os jovens gostam de carros que mostram a sua juventude. Até as pessoas de mais idade gostam disso. Uma prova é a quantidade de senhores passeando de Golf Sportline e Punto. Há também milhares de senhoras que preferem o Crossfox à Spacefox.

Vender muito não significa vender bem. Entre Logan e Civic, qual tem mais clientes apaixonados? Nem precisa responder. Vender bem é entregar o produto ao cliente-fã, ao cliente que, mesmo tendo dezenas de opções, desejou aquele carro.

Esportivos são caros e não dão lucro (ou quando dão, é pouco), mas geram outros benefícios. A Ford Europa tem o carro mais vendido do continente, o Focus, e nem por isso deixa de oferecer uma versão de 300 cavalos. O Focus RS é o top model que chama atenção para o restante da linha Focus e mostra a capacidade da marca. Isso faz com que os cliente desejem aquele hath, mesmo não sendo o mais potente. Assim a Ford vende mais Focus e ainda os acessórios parecidos com os do RS para equipar as versões populares.

O Saturn Sky (na foto é ele como Opel GT) seria interessante para o Brasil. Seu motor é um 2-litros Ecotec de 260 cavalos. Um bom concorrente para os roadsters de prestígio bem mais caros.

Um Chevrolet GT, baseado no Saturn Sky, seria muito legal para trazer um toque de modernidade e esportividade à marca. O Captiva ajudou bastante nisso, mas um roadster com tração traseira e motor econômico faria mais sucesso, principalmente se a importação fosse limitada. Esse carro é vendido nos Estados Unidos, em alguns países europeus e na Coréia do Sul, como Daewoo G2X. Entretanto, está com o fim certo porque foi desenvolvido para a Saturn e para a Pontiac (Solstice), duas marcas que saíram do catálogo da GM.

Um Vectra GT com a mecânica do primeiro Astra OPC (à esquerda) e o pacote visual do atual substituiria o Golf GTi e o A3 1.8T, verdadeiros hot haths nacionais

E há mais duas opções. Um Vectra CSV (de Chevrolet Special Vehicles, sigla usada na África para a linha HSV da Holden) ou GSi com o velho e bom Família II bem preparado traria a áurea dos velozes Chevrolets dos anos noventa. Dificuldade nunca existiu. O motor de 240 cavalos do Astra OPC e da Zafira OPC é produzido aqui e vai para Europa pronto para ser instalado nesses modelos. O pacote visual viria do atual Astra OPC, que cederá o lugar para a nova geração. Concorreria com o Civic Si e aumentaria o minguado prestígio da linha Vectra.

Um Agile GSi com o 1.4 preparado para 150 cavalos concorreria com o Punto T-Jet e o futuro Gol GTi -- que aproveitará a famosa sigla. Ao lado da versão aventureira faria uma dupla desejada por dois tipos diferentes de clientes.

A Chevrolet está com a imagem muito desgastada. Na sua linha não há nenhum carro feito para ser muito desejado e pouco vendido.

3 comentário(s):

MMFinesse disse...

Na verdade um Vectra GTX com o motor 2.4 de 16v do antigo Vectra, potenciado para 165 cavalos (No mercosul existe o antigo astra com o 2.4 16v com 150 cavalos a gasolina) já seria uma solução até bem interessante e barata, cogitou-se fazer isso com o Astra SS mas a GM virou uma montadora covarde mesmo, assim como a Volks que não irá lançar o Gol Gti;

abraço

Marcelo disse...

O Gol GTi não deve aparecer mesmo devido ao sucesso atual do modelo e, portanto, não há necessidade de um modelo esportivo que ainda poderia fazer canibalismo com o atual Golf GT 4,5. Uma pena.

Mas olhando a Fiat que tem o Punto Tjet e o Palio 1.8R, é difícil de ver um modelo destes. Para falar a verdade, em Brasília-DF eu ví neste ano, cinco Tjet sendo que dois eram de concessionárias e uma meia dúzia de Palio 1.8R e apenas um destes era 2009. O modelo da Honda, o Si, só ví um vermelho, no ano passado ví um preto também...

Resumindo, acho que mercado nacional não é bom para esportivos, pois simplesmente não vende. Talvez seja mais fácil encontrar um Marea Turbo/Golf GTI do que encontrar qualquer outro esportivo atual.

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

como brasileiro costuma pegar carro pensando na revenda mais do que na paixão, deixam os esportivos meio de lado com medo da desvalorização acentuada... e como não há tantos locais bons para dar umas esticadas mais fortes e não se desenvolveu tanto a cultura dos "track-days" no brasil a procura por esses veículos fica ainda mais limitada...

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