
Os designers estão trabalhando a todo vapor, gastando neurônios, o presidente diz à imprensa que está prestes a lançar um produto bonito que vai revolucionar o mercado. O produto é apresentado na maior empolgação e... ninguém gosta da aparência...
Essa dura experiência a Honda acabou de conhecer com o Accord Crosstour. Obter sucesso é uma tarefa complicada e que exige peito. A construção por monobloco, a tração dianteira, a integral e os monovolumes obtiveram sucesso graças aos esforços dos seus idealizadores que quizeram revolucionar. Mas, convenhamos, em termo de design alguns fabricantes se deram mal na tentativa de inovar.
As marcas comuns costumam mudar a personalidade periodicamente. Há tempos atrás a Ford usava o estilo New Edge e o hoje está com o Kinectic. Os tempos mudam, as pessoas mudam, os gostos mudam. Cada Centro de Design tem que se readaptar às tendências, criando novas "caras" para os carros.
A Renault é mestre para criar estilos difíceis de digerir. Ela sempre busca a diferenciação, mesmo que isso vá contra as preferências da maioria.
E ela criou dois produtos quase indigestivos. Um deles foi o Vel Satis, um carro de luxo nada conservador. Outro foi o Avantime, totalmente estranho.
Uma minivan com duas portas, motor grande e desenho exótico não faz sucesso. O Avantime era exatamente isso. Foi só um passatempo que a Renault deu à Matra, sua filial que estava em inatividade desde quando a Espace se tornou um carro de produção normal.
Era um monovolume obeso, sem personalidade e com traços rebuscados. Os olhos de quem observava a parte traseira estranhavam as lanternas divididas em pedaços, o parachoque avantajado e o vigia na vertical. Um carro tolo que vendeu menos de dez mil unidades durante dois anos em produção. A Matra foi "despedida" da Renault o carro se foi. Como a Espace nos anos 80, foi uma grande aventura. Porém, daquelas que não terminam bem.
A SsangYong também tem criatividade para criar estilos diferentes e carros assustadores. Se a mecânica Mercedes-Benz impressiona, o design dessa coreana desestimula qualquer tentativa de aproximação. Dá pra notar a criatividade no Actyon (incluindo a picape Sports, muito bela da coluna A para trás, mas de frente estranha), no Rodius e no Kyron. Entretanto, é outra marca que dá valor à diferenciação.
E falando em carros diferentes que o Pontiac Aztek salta à memória. Ninguém sabe onde estava a cabeça da GM quando a produção do Aztek foi aprovada
- talvez ela queria um concorrente para o SsangYong Actyon... Não gosto de chamar algo de feio ou horrível; acho que estarei ofendendo quem gosta. Mas o Aztek é feio!
Essa dura experiência a Honda acabou de conhecer com o Accord Crosstour. Obter sucesso é uma tarefa complicada e que exige peito. A construção por monobloco, a tração dianteira, a integral e os monovolumes obtiveram sucesso graças aos esforços dos seus idealizadores que quizeram revolucionar. Mas, convenhamos, em termo de design alguns fabricantes se deram mal na tentativa de inovar.
As marcas comuns costumam mudar a personalidade periodicamente. Há tempos atrás a Ford usava o estilo New Edge e o hoje está com o Kinectic. Os tempos mudam, as pessoas mudam, os gostos mudam. Cada Centro de Design tem que se readaptar às tendências, criando novas "caras" para os carros.
A Renault é mestre para criar estilos difíceis de digerir. Ela sempre busca a diferenciação, mesmo que isso vá contra as preferências da maioria.
E ela criou dois produtos quase indigestivos. Um deles foi o Vel Satis, um carro de luxo nada conservador. Outro foi o Avantime, totalmente estranho.
Uma minivan com duas portas, motor grande e desenho exótico não faz sucesso. O Avantime era exatamente isso. Foi só um passatempo que a Renault deu à Matra, sua filial que estava em inatividade desde quando a Espace se tornou um carro de produção normal.
Era um monovolume obeso, sem personalidade e com traços rebuscados. Os olhos de quem observava a parte traseira estranhavam as lanternas divididas em pedaços, o parachoque avantajado e o vigia na vertical. Um carro tolo que vendeu menos de dez mil unidades durante dois anos em produção. A Matra foi "despedida" da Renault o carro se foi. Como a Espace nos anos 80, foi uma grande aventura. Porém, daquelas que não terminam bem.
A SsangYong também tem criatividade para criar estilos diferentes e carros assustadores. Se a mecânica Mercedes-Benz impressiona, o design dessa coreana desestimula qualquer tentativa de aproximação. Dá pra notar a criatividade no Actyon (incluindo a picape Sports, muito bela da coluna A para trás, mas de frente estranha), no Rodius e no Kyron. Entretanto, é outra marca que dá valor à diferenciação.
E falando em carros diferentes que o Pontiac Aztek salta à memória. Ninguém sabe onde estava a cabeça da GM quando a produção do Aztek foi aprovada
- talvez ela queria um concorrente para o SsangYong Actyon... Não gosto de chamar algo de feio ou horrível; acho que estarei ofendendo quem gosta. Mas o Aztek é feio!
O Pontiac Aztek queria ser o carro mais versátil do mundo. Dava para montar uma barraca no portamalas. A GM empolgou-se tanto com a "coisa" que criou que foi logo criando uma versão para a Buick, mais voltada ao lux0 e menos às aventuras na mata. Apesar da parte externa diferente, a plataforma do Buick Rendezvous era a mesma. O resultado das "coisas" não foi tão bom quanto o esperado. O prejuízo só não foi maior porque a versão Buick compensava as vendas baixas do Pontiac.
E que tal um louco para tornar os BMWs estranhos? Depois de desenhar o Z3 Coupe, o Série 7 E65, o novo Série 6 e o Série 1, Chris Bangle, chefe de design da marca bávara entre 1992 e 2009, não pôde mais sair de casa. Tinha medo que algum maníaco por BMWs discretos lhe atacasse.
E dando continuação à lista tem o Fiat Multipla, que tinha quase tudo que o consumidor não gostava: ampla área envidraçada (diminui a privacidade), frente estranha (motivo de piadinhas) e péssima aerodinâmica. Pelo menos compensava o desgosto com espaço interno e bons motores.
O consumidor sempre vai pelas aparências. Há muitos outros casos de carros mal-sucedidos justamente por causa da aparência, apesar de outras qualidades. Os carros da Edsel, uma divisão luxuosa da Ford, foi ao buraco por causa da grade dianteira dos seus modelos. A Ford queria fazer algo como o duplo rim (da BMW) ou um coure (da Alfa Romeo), mas acabou fazendo algo parecido com a... enfim.
E que tal um louco para tornar os BMWs estranhos? Depois de desenhar o Z3 Coupe, o Série 7 E65, o novo Série 6 e o Série 1, Chris Bangle, chefe de design da marca bávara entre 1992 e 2009, não pôde mais sair de casa. Tinha medo que algum maníaco por BMWs discretos lhe atacasse.
E dando continuação à lista tem o Fiat Multipla, que tinha quase tudo que o consumidor não gostava: ampla área envidraçada (diminui a privacidade), frente estranha (motivo de piadinhas) e péssima aerodinâmica. Pelo menos compensava o desgosto com espaço interno e bons motores.
O consumidor sempre vai pelas aparências. Há muitos outros casos de carros mal-sucedidos justamente por causa da aparência, apesar de outras qualidades. Os carros da Edsel, uma divisão luxuosa da Ford, foi ao buraco por causa da grade dianteira dos seus modelos. A Ford queria fazer algo como o duplo rim (da BMW) ou um coure (da Alfa Romeo), mas acabou fazendo algo parecido com a... enfim.
O Ford Ka foi o "feio" digno de sucesso. Ele era uma obra de Pininfarina que tinha um propósito: ser um carro popular. E foi. O mesmo aconteceu com o Fiat Doblò, que quis ser uma minivan multiuso (multivan) e foi. Personalidade forte foi o que segurou essas duas criaturas no mercado, o mesmo fator que segurou os BMWs de Bangle, os SangYongs e muitos esportivos.
É nas aventuras por outros traços e outras categorias que nascem os novos estilos e carros inesquecíveis. Que todos os fabricantes se arrisquem em novos desenhos!
Vale ressaltar que todos esses carros considerados feios têm fãs. Poucos, mas têm. E são daqueles doentes.
Outras coisas estranhas (a lista é muito maior que esta...)
