Um ponto vermelho começa aparecer no horizonte branco e gelado. Se aproxima rápido e sem fazer barulho. Um leve assovio toma conta do ar. É um carro. Seus faróis finos e pequenos aparecem acesos. Sua carroceria é bela e seu ronco, estusiasmante. Passa numa numa velocidade incrível e, entretanto, não carregou uma grande massa de ar. Passou como uma flecha apontada para o infinito. Nem deu para ver qual o seu nome.
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Talvez fosse um Calibra Turbo, ou um V6, ou ainda um 16V... Bem, com aquelas características só existe o grande Opel Calibra. Um cupê médio feito sobre o Vectra A que nasceu para substituir o Manta, este feito sobre o Ascona, antecessor do Vectra. Ele nasceu numa época épica em que a aerodinâmica desenhava carros, e por isso seu Cx é de apenas 0,26.
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A Opel e a Vauxhall foram muitas vezes no estoque de peças para construir o Calibra. As rodas eram do Vectra, bem como os motores, o chassi, o painel e as maçanetas. O volante era o do Astra em algumas versões. Mas foi um "mix" que deu certo.
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Se foi aproveitado muito do sedã médio, porque não pegar o mais interessante que ele tinha? Foi isso que fizeram. Como em alguns países europeus o inverno é rigoroso, há fabricantes que oferecem tração integral em alguns modelos, como no Vectra 4x4 (não é AWD, e sim 4x4, como na traseira do atual Insígnia). O Calibra recebeu esse esquema de tração e mais um turbo no motor 2-litros de 16 válvulas. A maquinazinha que ficava sob o comando do acelerador passou a render 204 cavalos. Isso tudo somado a um belo câmbio de seis marchas.
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Nessa versão, chamada apenas de "Turbo 4x4", o desempenho era fabuloso para um carro do seu porte e preço: 0-100 em 6,8 segundos e 243 km/h de máxima. Todas as versões quebravam a barreira dos 200, inclusive a de 115 cavalos. A versão forte era a 2.5 V6 de 170 cavalos, mas com tração dianteira apenas.
E ele já era um carro ecológico, pois fazia 14 km/L nas versões simples e até 11 na mais possante. Por causa da aerodinâmica e da boa afinação mecânica.
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Em 1993 ele entra no DTM, o campeonado alemão de turismo, correndo contra Mercedes e Alfa. O motor era o 2,5-litros V6 preparado para 420 cavalos. Em 1996 foi campeão com um motor V6 de 3,2 litros e 570 cavalos. Seu ronco era impressionante.
Ele chegou a ser vendido no Brasil na metade da década de 90. A Chevrolet aproveitou a mecânica do Vectra GSi, de 150 cavalos, fazendo um concorrente para o Mitsubishi Eclipse, tão famoso naqueles anos.
Em 1999 chega o substituto do Calibra, agora numa categoria inferior. O Astra Coupé não tinha tração integral e "só" 192 cavalos. Cativou pela versão conversível, nunca oferecida num Calibra, mas não pelos dotes mecânicos. Quem sabe o conceito GTC traga de volta um bom cupê baseado no sedã médio da Opel.
1 comentário(s):
realmente até hoje uma das injeções mais bem acertadas que eu ja vi é a motronic 2.8 do vectra/calibra nacionais! é impressionante!
pra provar isso, meu pai tem um V GSI, e mesmo falhando passou na inspeção um carro 94 e bem rodado com niveis semelhantes aos flex novos que passam pra ticamente a 0% de co e niveis de HC quase zero!
[]s
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