2 de set. de 2009

Rottweiler japonês


A Subaru está para os ralis como a Ferrari está para a Fórmula 1. É difícil pensar na marca japonesa e esquecer os ralis. Impossível esquecer o Impreza, seu produto mais famoso.

Herdeiro do Leone, o primeiro carro do povo com tração integral, o Impreza chegou em 1992 para trilhar um caminho de sucesso e substituir o Legacy no WRC. Ele nasceu do barro para o barro.

Essa máquina com tração integral entrou no campeonato mundial em 1993 já se mostrando forte concorrente. Nos primeiros anos era a versão sedã, com desenho conservador, que disputava com Lancer (eterno concorrente nas ruas e competições), Celica e Escort RS Cosworth. O motor era um boxer de quatro cilindros e 2 litros. A potência era de 300 cavalos, limitada pela FIA por questão de segurança. Muitos juram que era mais que isso. A divisão STI (Subaru Tecnica International) e a inglesa Prodrive eram as responsáveis pelos bólidos da Subaru Wolrd Rally Team.

Sempre foi um carro agressivo e resistente, suportando saltos incríveis sem sofrer nada graças à sua leveza. Colin McRae, filho de um pentacampeão, trouxe o campeonato novamente para suas mãos em 95, certificando o trabalho da Prodrive, sua habilidade em andar por entre árvores e as qualidades do Impreza.

A equipe oficial, que, como a Ferrari, era patrocinada por um fabricante de cigarros, a Britishi Americam Tobacco (555), usava a marcante cor azul. Essa cor junto às rodas douradas marcaram os tempos em que só estava presente no WRC empresas que colocavam carros potentes nas ruas, diferente de hoje.

Em 1997 entra a versão sedã de duas portas, ou cupê, com estilo mais agressivo e coerente com a agressividade mecânica. A FIA estava mais distante do pesadelo do Grupo B e se tornou mais flexível, permitindo maiores alterações, desde que fossem produzidas 2500 unidades tecnicamente próximas ao modelo de competição para venda ao público.

Pêndulos, powerslides e os imensos faróis circulares sob o capô ainda estão na memória de quem viu Mc Rae correr de Subaru, antes que ele entrasse para a Ford - que queria promover o novo Focus - em 1999.

Depois apareceram outras equipes, talvez menos carismáticas. É duro engolir um Suzuki Swift ou Citroën no mais importante rali. Com coisa séria ninguém brinca. Não obstante, a fábrica francesa apagou os sonhos da Subaru nos ralis. Em 2008 ela anuncia seu fim nos ralis por tempo indeterminado, levando aos prantos milhões de fãs. Já bastava ver Quattro, Integrale e Cosworth deixando a competição.


Em 2009 vemos Ken Block fazer brincadeiras incríveis no seu Subaru Impreza WRX STi de 380 cavalos. É interessante, porém, não como ver um sedã azul de rodas douradas fazendo pêndulo ou um "tijolo" branco voando no asfalto molhado. Felizmente o Impreza ainda existe e tem história pra contar e muita pra fazer. Ele é fruto de dezoito anos de severos ralis e da mais rentável experiência da Subaru. Ela é o que é graças, em boa parte, ao WRC.

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