1 de set. de 2009

Um brinde ao prazer...


O grande Colin Chapman foi um inglês sonhador, à frente do seu tempo. Criativo, se virava como podia para alcançar o sucesso (criatividade que o fez campeão com pouco tempo na Fórmula 1). Fez coisas muito interessantes, como adaptar uma suspensão McPherson na traseira de um carro sem pagar royaltyes. Mas, o que tem Chapman em comum com o Opel Speedster? Almas.


Ambos nasceram para fazer o melhor para quem dirige. Um é o criador; outro a criatura. Em 1986 a General Motors compra a Lotus Cars, a empresa de Colin. Com uns anos depois surge o Lotus Omega (Carlton na Inglaterra). Era um Omega GL (o mais simples) preparado para 377 cavalos. Em 1995 a GM se desfaz da pequena empresa, que se passa ao controle da malaica Proton. Anos antes o cabeça da empresa já havia deixado os escritórios e partido para uma outra vida.


Eis que o 1999 marca o ressurgimento da antiga amizade. Baseado no Elise a Opel, em união com a Vauxhall, constrói o Speedster, um roadster targa com motor traseiro de 2,2 litros e 147 cavalos. Claro que ela não iria usar o Toyota que equipa o Elise. Vincos por toda a carroceria, rodas grandes e estreitas, faróis e lanternas com motivos circulantes... era um modelo mais sofisticado que o qual era baseado. Em 2000 começa a produção em Hethel, Inglaterra.


Mas não tinha frescuras. Nada de vidros elétricos; nem na versão Turbo, Feito exclusivamente para ser dirigido e divertir. Um belo chassi de alumínio, coisa que a Lotus faz com maestria, era a sofisticação, a obra-prima. Suspensões à Lotus, freios grandes, câmbio de cinco marchas... tudo muito bem afinado.

Quem gostava de dirigir e, porém, não gosta de exageros, tinha a versão 2.2 de 147 cavalos que propiciava uma condução agradável e mais "torcuda". Já os mais afoitos tinham à disposição um 2.0 de 200 cavalos, fabricado e preparado no Brasil. Com este último o pequeno brinquedo cumpria o 0-a-100 em 4,9 segundos, chegando até os 240 km/h.

Ele tinha o dom de fazer curvas como um carro de autorama, em trilhos, e, apesar da pouca potência, deixar potentes esportivos com ciúme da sua magreza e agilidade. Sem falar na tração traseira e distribuição de peso perfeita, como em qualquer carro-prazer. Depois de um longo dia de estrada seu motorista podia, ainda, brincar com a família, pois estava com os braços e nervos descançados graças aos comandos leves e rodar previsível.

Sem falar que ele era econômico e seguro. Tinha bolsas infláveis e uma boa aerodinâmica. Aliada aos bons motores, ela fazia o consumo ser menor que o do Astra, que dispunha do mesmo conjunto mecânico. Em 2004, o penúltumo ano de produção, a Vauxhall lança a versão de 220 cavalos, mais rápida que o VXR Monaro, um cupê de 382 cavalos.

Em 2005 é encerrada a produção. Para a tristeza de muitos, mais um mito se transforma em história. Ainda bem que existem vários clubes especializados no mais interessante Opel/Vauxhall dos últimos anos.

O projeto era vendido como Opel Speedster em toda Europa (exceto na Inglaterra), Vauxhall VX200 ou VX220 na Inglaterra e Daewoo Speedster na Coréia. Lamentável é que nós, pobres brasileiros, nunca o recebemos como "Chevrolet Speedster". Se até os asiáticos mereceram, por que não nós? Será que somos motoristas insensíveis? Infelizmente, os carros mais vendidos aqui podem responder...



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