9 de fev. de 2011

CRÔNICAS PRAIANAS CAPÍTULO 2: PICAPES PRAIANAS

por Mister Fórmula Finesse

AMAROK CONFIRMA IMPRESSÕES:






Minha humilde colaboração neste blog começou exatamente com a avaliação da recêm lançada picape Amarok, da Volks. Ficou patente na época que a camionete era algo um tanto diferente das concorrentes no segmento, notadamente em relação ao seu comportamento exemplar quando era dirigida como um carro, e não como uma mera utilitária. Bem, o tempo passou e a Amarok não decolou nas vendas, tanto que existe a promoção de IPVA e seguro grátis na compra da picape. Os motivos podem ser vários; a falta de nome da marca no segmento, a conhecida sanha por numerários que parece que é um opcional não muito agradável da Volks do novo século; o acabamento um tanto “Camaçari” para um veículo de 120 mil reais, e a falta de caixa automática (aff...), opção que é majoritária em Hilux , Triton e Frontier.


Bem, conversas do tipo que era complicado arrancar com a Amarok, em virtude do seu “diminutivo” motor começaram a se propagar no meio, sua embreagem – em tese – era muito maltratada para tirar a pesada alemã da inércia. Seria hora de passar a mão em uma e verificar se eu não tinha me enganado em tecer tantos elogios? Sim, era hora:

Tendo a disposição uma Amarok para algumas volta na orla, não exitei em colocar alguns pequenos axiomas criado em prova. Subi na ampla cabine (Jesus, olhando de frente ou de trás, a Amarok é mais volumosa que uma Silverado) de CHINELO, esperando realmente provocar o comportamento ranheta que muitos falavam. Dirigir de chinelos – não aconselhável – ou  descalços, nos priva da firmeza e do peso que estamos acostumados a dosar desde as primeiras aulas de direção, é natural portanto, que a sensibilidade seja prejudica no tocante a gerir a pedaleira...lembro que em um teste da M3 1998, o piloto dizia que era possível descrever pêndulos usando até meias, sem calçados, tal a progressividade e civilidade dos pedais de embreagem e acelerador.





Bem, era a hora da verdade, fiz nada mais nada menos do que seis arrancadas normais, como se estivesse em meio ao trânsito, tentando absorver qualquer hesitação do motor ou tranqueada na transição soltar pedal/dar motor. Na primeira tentativa, tudo certo, mas passei a segunda marcha um tanto cedo demais, pois tinham colocado a camionete alinhada sobre uma pedra no rodado traseiro, assim, para não amplificar o desconforto do solavanco do obstáculo mal colocado, já passei a marcha seguinte, mas o trem de força protestou. Nas arrancadas seguintes, tudo normal, o carro avança bem desde as rotações mais baixas, a turbina em baixa já começando a fazer o seu trabalho. Em comparação com uma Blazer 2.8 – transporte o comportamento do Classic para o mundo das picapes – é um alento; mesmo a Frontier, exige um pouco de trabalho fino de pés para sair da imobilidade.

No trecho de teste, uma longa avenida transversal em relação ao litoral, deserta e sem obstáculo além de uma lombada. O motor foi amplamente requisitado, pois tendo um motor biturbo à disposição – mesmo que sendo a diesel e utilitário – e pouco tempo para avaliação, seria o mesmo que ter a Megan Fox por trinta minutos e convidá-la para um sarau literário....

A picape riscava até 145 km/h com relativa facilidade, ainda crescendo em quarta marcha. A passagem à moda da segunda para terceira, é quase que executada como se tratasse de um carro, todo o conjunto responde bem e te deixa ligado com o asfalto. No final das avenidas, antes do retorno bem apertado, era possível descer da quinta até a segunda intercalando puntta tacos com muita facilidade, pois os pedais estão bem posicionados. Se você for bem imaginativo, pode sonhar que está na cabine de um Viper Oreca, em uma prova de Endurance, pois os movimentos do braço são amplos para reduzir as marchas – não deixa de ser picape – e o puntta taco perfeito como tempero, te levam a um mundo alheio dos agroboys.

No entorno da curva que te leva a outra avenida, uma larga poça de água é o fator providencial para sair derrapando, assinando o asfalto com uma fina mistura de água e borracha. Atira a frente – de leve – para o lado oposto e puxa com a direção e o motor a camionete de volta para dentro.... FAIL, o controle de tração e estabilidade entram em ação e acometem a picape de tremedeiras e cortes de potência que castram qualquer tentativa de sair da curva de modo mais “artesanal”. O controle é um dispositivo importante para pistas molhadas, lama; mas vai tolher quem quer se divertir um pouco e sabe o que faz. Eu elogiei o controle de tração quando andei forte em um trajeto sinuoso pois tudo que eu queria era comportamento uno e sólido, andar nos trilhos com total eficiência como se diz por ali. Mas têm dias em que o caboclo quer fazer um powerslide em segunda, velocidade baixa, apenas para atiçar os reflexos. Penso que se não puder desligar o controle, mesmo ao cruzar uma estrada – saindo da imobilidade – se pegar areia ou terra e você precisa dar motor, ele vai falhar bem quando está no meio da rodovia, pois irá cortar a potência. Um pequeno deslizamento inicial, uma meia volta da roda sem atrito, e depois, aderindo de repente e catapultando a camionete a frente é algo bastante desejável.

A camionete é imponente, e se você rodar a velocidades mais elevadas nas vias normais, ela poderá chamar a atenção para insupeitas disputas. Na avaliação, utilizando todo o espaço da enorme e vazia (lembrando novamente) avenida, existia uma pequena lombada que pedia um pouco de redução de velocidade. Quando baixamos a segunda para sentir a retomada, antes do obstáculo, um Volvo S60 entrou forte nos freios ao lado, e acelerou. Como eu já estava quase na faixa ideal de torque, saí pisando firme na Amarok com o motorista do Volvo fazendo o mesmo ao lado, já utilizando o kick down. Esticando a segunda marcha até o limite, troca rápida, terceira entrando comendo asfalto e o Volvo ainda aí do lado...terceira no limite para quarta e o turbo sueco começa a falar mais alto que sua caixa automática e começa a tomar de leve a dianteira. De repente, mais tartarugas sinalizadoras na pista e mais uma pequena lombada – que eu já conhecia – exigindo que se tirasse o pé. Sublinhando que o rapaz queria mesmo mostrar que “aquela camionete de verdureiro não andava nada”, o Volvo entrou firme nas tartarugas e lombadas, como em medida desesperada para se safar de uma simples camionete. Bem sintomático...uma picape tão cara não apenas precisa parecer que anda bem, mas deve se locomover com certa desenvoltura, com lapsos de esportividade aparentes....

Bem em suma, a Amarok ainda é a picape média diesel  mais esportiva vendida no Brasil, em comparação a duas principias rivais suas, dá, para em rápidos linhas, vasculhar as respectivas identidades:

- Nissan Frontier: exige majoração em baixas rotações, caixa mais imprecisa, espaçada e esponjosa. Boa estabilidade, firme, mas ainda uns pontos abaixos da Volks. O motor empurra um pouco mais da metade do contagiros em diante.

- Mitsu Triton L200: inclina uma barbaridade nas curvas, volante grande e pesado, motor bem disposto em toda a faixa de giros (3.200cm3), caixa precisa e com bom acerto de peso no toque.

Ambas as japonesas, se equipadas com caixa automática, são soníferas ao lado da Amarok, te matarão de tédio em nome do conforto. Esta é viva, te deixa feliz em trabalhar ao volante, é o Jetta das picapes e ainda fica merecendo minha chancela de GTi – por mais sem sentido que seja – no segmento.

Não percam a próxima picape que foi avaliada...semana que vem!

2 comentário(s):

Diego Menezes disse...

Quem já dirigiu uma dessas Sprinters novas sabe do que esses motores pequenos são capazes quando turbinados.

Anônimo disse...

Pessoal, publiquei post incompleto...aguardem mais uns minutos que o texto virá integralizado!!

MMFinesse

Postar um comentário

Deixe seu comentário sobre este post.