30 de nov. de 2010

A Nova Montana e o terceiro passo



Sim amigos, podem jogar tomates e ovos a esse pobre escriba, pois eu acabei simpatizando com a Nova Montana da Chevrolet, a versão picape do tão controvertido e odiado Agile.

Eu vi uma verde ontem, com o bonito layout de uma agência da marca; uma larga faixa branca se derramava ao longo da lataria do carro, fechando o ângulo junto a extremidade anterior da porta...um efeito realmente bastante interessante. Os demais adesivos davam um ar um tanto "nascar" ao carro, tudo colaborando para um efeito inusitado e bem chamativo.

Bem, eu poderia ter ficado iludido com a programação visual do carro mas não é verdade. No clássico tom do vinho, puxando para o perolizado, a Nova Montana também é bem atrativa, quase "classuda", rememorando um certo padrão de luxo no visual que nos remetem a alguns chevrolets de antanhos.



Talvez seja "culpa" do balanço traseiro, toda a silhueta foi alongada tirando um pouco da massiva frente a responsabilidade do design final...mesmo que não haja lataria ou elementos acima da linha da cintura, por ser uma picape.

A versão hatch é um pouco contida em tamanho e parruda demais, frente pesada e traseira curta, um Kinder ovo um tanto agressivo e com um certo desencontro da coluna B para trás - simplesmente metade do carro. No Fox, conseguiram conciliar tamanho e desenho...no Agile não.

Mas no caso da picape, parece um caso parecido com aquelas roupas de listras que alongam o perfil de pessoas com sobrepeso.

O maior comprimento ajudou o carro, e a cabine alta e a frente grande ajudam a dar um ar de robustez ao veículo. Bem próprio de picapes médias que ambicionam - caso único até agora - o lugar emotivo/chamativo de uma S10 cabine simples ou até de uma Ranger Sport. Sim, as proporções e a altura da nova Montana nos lembram uma S10 simples, e isso pode ser um atrativo de vendas junto a sua ampla capacidade de carga. Temos que lembrar que não são todos os consumidores que gostam de picapes pequenas para serem atiradas até o estágio mais baixo da suspensão e sairem pelas cidades com o som - invariavelmente de mau gosto - tocando a todo o volume...

Bem, o carro - partindo do que andei no hatch - com certeza tem seus predicados. O acabamento têm um certo esmero, os tecidos são macios e agradáveis, lembrando novamente o padrão perdido de acabamento da linha média Chevrolet nos anos noventa. A alavanca longa do câmbio se não denota esportividade, ao menos garante menos esforço na troca de marchas e todo o conjunto inspira civilidade na condução...maciez.
O volante, parecido com algumas Silverados de origem americana é leve e inspira confiança. A suspensão é uma ótima surpresa no hatch, mas não posso utilizar o mesmos parâmetros na picape, nesse caso...só conferindo mesmo.

O único porém é o motor demasiado contido, seu deslocamento simplesmente não é suficiente se pensarmos em botar peso de verdade no carro. No hatch, eu nunca chegava nas curvas mais conhecidas com o vigor e a velocidade pretendida, mesmo com a colaboração da ótima suspensão para segurar eventuais excessos. Ligando o ar condicionado, o carro sentia imediatamente, pedindo redução de marchas ou mais pressão no acelerador - gerando mais barulho e aspereza - para andar de modo mais lesto, principalmente na cidade.

Bem, em suma...gostei do segundo passo da marca americana. Ao meu ver, a picape é mais fiel ao seu propósito de utilização e principalmente visual em relação ao seu irmão hatch. O terceiro passo, seria uma versão perua para enterrar de vez a horrenda Meriva no catálogo da marca. Não que a Meriva seja mau produto, mas aquela linha do arco do teto - 80% do desenho do carro - é algo tão insosso quanto massa miojo sem tempero.

Uma station wagon de verdade é algo que falta de verdade no mercado. Um Agile "perua", talvez com um entreeixos um pouco maior (lá vem os custos industriais), seria um carrinho bem apreciável, muito mais Caravan do que Marajó. A arma letal perfeita para conter o avanço da Spacefox no segmento e da futura linha Palio Wekkend que irá mudar em um prazo de dois anos.

Com o motor 1.8 que já está em testes, acredito piamente que um novo avanço na família Agile, seria muito auspicioso para os planos da GM em retomar a sua antiga força no mercado.
E ficarei na torcida!

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