5 de set. de 2009

É bom ser diferente. Bem, as vezes

Nos muitos anos de automóveis existiram produtos distintos que nasceram para mudar os conceitos. Muitos deles revolucionaram o futuro, trazendo novidades interessantes em desenho e mecânica, provando que ser diferente muitas vezes é bom.

A Renault foi muito criativa e, de certo ponto de vista, corajosa ao lançar a Espace. Nos anos oitenta as pessoas eram mais conservadoras. Era o "tempo do quadrado" - em termos de design. Os carros eram ostensivos, cheios de cromados e mais voltados à exuberância que à funcionalidade. A marca foi noutro sentido e lançou a Espace, uma minivan discreta, espaçosa e confortável. Nem é preciso dizer se fez sucesso...

Com poucos anos todos os carros estavam crescendo em altura, baseados na Renault, pois viram que o espaço vertical deixa um habitáculo mais agradável. A Rover também foi corajosa ao lançar o Mini com tração dianteira e tamanho externo reduzido. O carrinho cativou o mundo pelo carisma, economia e espaço interno generosos. Ela lançou também o conceito de utilitário luxuoso, o Range Rover.

Não só em construção de carrocerias diferentes, mas em mecânica também é bom diferenciar. A Chevrolet colocou um turbo no Corvair para dar-lhe mais potencia sem recorrer a motores grandes e pesados. Foi um sucesso imediato até que uma pessoa ociosa interferiu e fez o que não devia.

A Saab, quando nem fazia parte da GM, colocou o tal turbo num carro familiar, o 99 sem pretensões de esportividade, para maior conforto e economia e combustível. Hoje o conceito aplicado naquele pacato modelo está em muitos carros europeus. A Subaru popularizou a tração integral em carros de passeio e a Audi, que foi mais além, colocou essa tração em carros superesportivos, que nunca irão para a terra, mudando um pouco a utilidade de quatro rodas motrizes.

E tem os avanços em aparência. A Citroën é mestra. Há muito tempo o DS deu um susto em todos. Era baixo e aerodinâmico como nenhum outro carro contemporâneo a ele. Ela criou também o XM com um farol no certo da dianteira (ao estilo Tucker), sendo a "grade" uma peça translúcida.

Antigamente todos os carros tinham um farol circular de cada lado. Depois veio um carro com dois sobrepostos de cada lado (Pontiac GTO). Depois veio um eles lado-a-lado (tipo SP2). Depois veio um com dois quadrados de cada lado (tipo Camaro e Passat nacional) até chegar aos trapezionais (tipo Monza dos anos 80), aos ovais (Corsa), os duplos ovais (Classe E W210 e W211), os com forma de olho humano (Peugeots) e, recentemente, com forma de diamantes (Classe E W212), que talvez ditará o formato dos próximos faróis. O mesmo ocorreu com as lanternas, que de circulares passaram à horizontais, verticais e triangulares. O mesmo ocorre com grades, rodas, maçanetas e formatos de portas.

Entretanto, nem todo caso de revolução foi bem sucedido. A Cadillac tentou inserir a tração dianteira e motores Diesel aspirados em seus carros grandes. Wankel trouxe um motor pequeno e potente, mas problemático. Marcas japonesas colocaram turbo em motos. Porém, todos foram um fiasco total.

Apesar de tudo, vale a pena ser revolucionário. As vezes que dá certo é muito bom pois é nas mudanças radicais que muitas coisas tomam outros rumos. Se não fosse assim ainda estariam girando as manivelas de carros pretos, quadrados e feios.

1 comentário(s):

Lukinhas.killer disse...

é o que falta muito aqui no BR, arriscar, porque só se atualizar deois da europa pra er se vai dar certo é fod*!

ABS deveria ser de série aqui, hoje em dia ta cheio de "carrão" novo que ainda tem só como opicional, é inacreditavel!


[]s

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