24 de jan. de 2011

CRÔNICAS AUTOMOTIVAS PRAIANAS (Capítulo I)

Por Mister Fórmula Finesse


Amigos leitores, após um recesso de não mais do que três árduas semanas de praia, volto a escrever e a dividir com vocês, um pouco do meu entusiasmo e de tudo que pude absorver em termos “automobilísticos” do que vi e senti nesses últimos dias. A paixão por carros, é bem sabido isso, não tira férias nunca. Você não deixa de amar alguém ou alguma coisa se estiver envolvido em outras atividades, mesmo que elas estejam focadas para a direção oposta do seu magno interesse. Desse modo, vamos retomar em forma escrita, a aventurar nos em mais uma etapa ou capitulo desse amor incondicional por carros que todos nós aqui dividimos. Entrem que a casa é sua!

Carro e praia... combinam?


Nesses dias de férias, pude usufruir à vontade todos os predicados da “vida marinha”; o sol generoso, as areias brancas, o mar com voluntariosas ondas sempre tentando me virar ao avesso, as garotas douradas cozinhando sob o astro rei...devo atestar que os primeiros aspectos eu consegui aproveitar bastante; quanto as garotas...deixa pra lá! Sem um mísero “lépitópi” para pode discorrer sobre os causos de carros vivenciados e observados, tive apenas que acalentar as ideias até esse exato momento em que escrevo. Se eu tivesse uma máquina, também é certo que a “miss” finesse me faria voar pela janela, eu e o computador, e sem Red Bull....

Afinal de contas, em rápidos tópicos, carro e praia combinam? Simmmmmm, combinam quando:


1. Após um dia de “labuta” sobre as ondas, você coloca sua prancha naquela Triton zerada, com pneus Toyo de perfil mais baixo, e bate a segunda marcha naquela areiazinha sem vergonha no meio do asfalto liso, tirando do prumo a camionete e já emendando uma manobra para entrar de lado na curva da esquina; o carro servido de muleta para o corpo ainda adrenado das extenuantes batalhas marinhas (claro que bom senso e cautela se utiliza nas duas experiências, no mar e na terra);




2. Após virar viradinho depois de tanto apanhar das águas azuladas, subir no seu Civic Si diabolicamente vermelho, sair quente da faixa de torque até o próximo sinal, encorpando a atmosfera ao redor com aquele som ardido que sai do escape do carro, só para entrar em terceira marcha depois - na lenta - para desfilar na avenida colorida dos tépidos barzinhos locais, apenas de calção no banco do motorista, deixando o ar marítmo invadir a cabine, interagindo com o ambiente e não se isolando; relax, relax

3. Deixando de lado as areias quentes que queimaram seus pés, botar um tênis confortável, e subir na sua big trail, partindo quase que sem usar a embreagem, sentido as trocas de temperaturas do vento marinho com a moto pulando para a frente, navegando em ondas de torque... simples, conectado e vivo, tudo ao mesmo tempo. Tendo como moldura sol e água, areia e gente, o descompromisso de não se mostrar, ou de ser fecundamente responsável com tarefas e labutas deixadas para trás, apenas aproveitar os escassos dias de descanso e de compromisso consigo mesmo. Uma boa moto aqui significa liberdade, o cavalo do cowboy sem destino, apenas o próximo horizonte – praiano – à frente.

“Que fresco esse Finesse, com carros caros até desfilar na roça é divertido” o leitor poderia argumentar... certo e errado, condição econômica não é fundamental para alimentar o gosto por carros em um ambiente que em tese, não serve para eles. Aquele Chevette velho pode ser divertido também, lembrem, despojamento é o que a praia pede, janelas abertas e simbiose com o ambiente. Um Santana velho, bom e divertido de dirigir como ler gibi da Mônica – simples, você sabe o que espera, e acha legal assim mesmo – também é uma montaria legal para desfilar depois de um longo dia aproveitando o litoral. Uma bicicleta pode também ser uma conexão sob rodas com prazer potencializado em virtude dos prazeres prometidos de veraneio. Se você não têm carro mesmo, observe as máquinas poderosas que passam, tente absorver todos os sutis sinais mecânicos que eles te passam no simples ronronar em baixa velocidade... é como tentar adivinhar as possibilidades de uma bela mulher de biquíni, por mais chauvinista que isso possa parecer. Percebam também que estou descrevendo um arco entre o movimento vivo do litoral e com o prodígio mecânico que tem no ato de se mexer a sua razão de existir. Não falo da letargia de cozinhar sob o sol apenas, mas de interagir com o ambiente como o carro – auspiciosamente – nos obriga a fazer com solo, clima e paisagem.

Continue e observe as peruas gigantescas, as SUV's, e tente raciocinar da forma mais imaginativa que puder; há oitenta anos atrás – e isso eu vi no museu da praia – as pessoas alugavam cavalos para ir à praia, enfrentavam dunas, levavam tralhas a velocidades ridículas, e como sofriam... hoje, uma SUV das mais simples desloca várias centenas de quilos de pessoas, carga e assemelhados a velocidades que simplesmente ridicularizam as distâncias; esse pequeno exercício de imaginação é poderoso para percebermos que milagre que são os carros, o quanto eles fazem da nossa vida uma maravilha também em ambiente de férias. Carro e praia, definitivamente combinam....

Mas não combina quando:

  1. Se tiver um veiculo ranheta para baixas rotações, que tranqueia ao minimo sinal de ruas e avenidas das praias mais badaladas lotadas;
  2. Se insistir em pegar viciniais do litoral, sedimentadas sobre piso com base de areia, com pedras colocadas de uma forma que nunca encontrará igual de um dia para o outro, cidade de praia sem asfalto, nos bairros servidos por calçamento, é tarefa ingrata até para jipes;
  3. Se deixar o metálico o tempo todo sob o sol, naquelas “lindas” matizes em preto, derretendo painel e volante, e o incauto que entrar nele sem camisa e cair sob o couro dos bancos quase em processo de ebulição.

Então amigos, a moeda em seus lados – em minha opinião desiguais – nos dá uma pequena pista se carros e praia combinam, no meu ver, não são excludentes...o que vocês acham?

Impressões praianas:





Nissan Sentra e o estigma de cachorro vira-lata: Faça um tour em alguns países sul americanos e verá que o Sentra é a perfeita mula de carga, parece nascido para o papel de táxi assim como as peruas da Toyota são anônimas serviçais do contrabando no Paraguai. Em Santiago por exemplo, o Nissan parecia constrangido ao invadir todas as ruas com sua capota amarela e seu corpo preto, sem apelo, sem agressividade, o verdadeiro pacato cidadão. Que glamour você espera de um carro que é sinônimo de transporte profissional em vários países? Bem, se o mesmo não acontece no Brasil, talvez essa herança emocional seja mais forte que campanhas publicitárias ou do próprio produto, por melhor que ele seja. Mas acontece também, que o produto é bom.

Eu pude dirigir o Sentra na sua variante mais luxuosa e posso atestar que é um carro bem correto; volante elétrico se ressente um pouco das rodas de aro dezesseis, mas isso dá aquela pegadinha a mais de carro andador, que tem que ter peso nos seus comandos. Coisa de Audi A4, de Tempra Stile... etc.

O motor de 143 cavalos lança o carro com certa decisão, você acompanha os giros sempre quase lá para cima ao utilizar o câmbio CVT, pois não existe hiatos de potência nas trocas de marchas, é uma mobilette super anabolizada; longitudinalmente a aceleração é linear, focada... Não sei até que ponto isso comece a aparecer insosso, pois dá para utilizar sistema binário de aceleração sem o menor pudor, mas talvez isso cause sono mais a adiante, pois você não sente “as pancadas” das mudanças em redline. No Honda Fit, o sistema não emociona muito, no Sentra, com o recurso esportivo – tipo tecla “S” dos Chevrolets – dá para andar com mais alegria, prova que em carros, motor maior e mais potente é algo sempre desejável. Ele não passarinha, acha a sua trajetória e aceita potência até sem as mãos no volante; gostaria de dirigi-lo em uma Serra.

Mas o carro é firmezinho, na mão, coisa bem feita....um vira-latas com pedigree!

No próximo capítulo: VW Amarok confirma as impressões iniciais.”

1 comentário(s):

Anônimo disse...

Claro De Gennaro, seu blog é uma das referências que costumo visitar!

abraço

MFFinesse

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